quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Observação do tempo

Os dias que vêm transcorrendo neste início de ano tem sido bem difíceis para a Sul-América. Irmãos no centro do Brasil, estão sofrendo as intempéries características dos Verões em clima tropical de Mata Atlântica, com as enxurradas atuando fortemente nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Nestes casos, há uma questão que se põe urgente, a de uma reformulação da ocupação urbana e ambiental. É o grande momento para que as autoridades públicas daqueles locais junto à União, iniciem um processo que envolva as comunidades que sofrem com o tempo a cada ínicio de ano, e articulados, construam soluções de uma reocupação ordenada e ambientalmente sustentável do seu espaço urbano. Isto cabe também a todos os grandes e médios centros urbanos do país, e também as pequenas cidades que tenham a ambição material de crescimento. Que se desenvolvam, mas com supremo respeito à natureza, ao ecossistema à que pertencem, onde toda evolução econômica, tecnológica e material, passe antes por esta sensibilidade, de se guiar pelas condições que a natureza propicia para o estabelecimento e desenvolvimento humano do local. Aqui no Sul, Rio Grande, Uruguai e parte da Argentina, urbanos e rurais convivem com a falta d´água, em algumas regiões mais agravadas que outras. Muitos agricultores com as safras perdidas, pecuaristas dependendo de chuva para molhar a terra e brotar pasto novo, viçoso, e as pessoas da cidade, aguardando a aguada do céu para normalizar o abastecimento, e cessar com o racionamento de água em várias municípios e distritos deste Sul de Continente.
É verdade que quanto mais o tempo passa, e só pode ser assim, questões de várias ordens inquietam o meu andejar charrua, que está na casa dos 31 anos. Dessa forma, neste fim de tarde, ao olhar pras barras dos quatro horizontes, vi o tempo mudando de forma séria e decidida, com a firme atitude de ao regar este pedaço de mundo, repor a esperança na vida, no pasto, nas folhas e árvores nativas que acenarão contentes e plenas após o aguardado afago celeste. E os animais, aguardando dignamente, valorizarão a vida com espontâneo agradecimento ao sorverem a água dos açudes, lagos e rios, trazidas por esta nova chuva, por este novo tempo. Os intervalos entre calor, intenso e abafante, originando situações drásticas de seca, servem de lição primordial para valorizarmos a água benta, esta sim é benta, que andava ausente. Ou se ausentou a ver se neste período, uma nesga de consciência de respeito e preservação por esta terra, por este Planeta que nos acolhe em vida, acendeu brasas fogoneiras a nos guiarem em nova atitude. O tempo, ah este velho amigo, nos deu tempo, para pensarmos nossa condição aqui. E de maneira firme mostrou neste começo de ano, a sua intenção em continuar integro para crescermos dentro dele, e a natureza, revigorando a esperança com esta chuva crioula que cai molhando a nossa Pampa, de crescermos felizes na sua, em nossa casa. Pampa, cielo, cerros, arvoredo que é meu abrigo eterno, e o caminho, meu mestre sereno e forte. No más, um mate e a guitarra de Atahualpa Yupanqui, trazendo em forma de música, a chuva que cai com uma benção para esta minha alma de paysano!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Com rumo firme e o campo nos olhos!

Buenos dias. Feliz Ano Novo amigos deste espaço de cultura telúrica. No madrugar desta Segunda, no alvorecer de Janeiro, destapo a silhueta do tempo, de um verão surpreendente de temperaturas primaverais, e o céu que reponto nesta hora, azul matinal tingido de serenas nuvens brancas, esparramadas de umidade. Bons indícios de que a chuva não irá se ausentar do Continente chamado Rio Grande, neste principiar de ano. Rezo que a umidade se converta em chuva na metade Norte do Estado, região que sofre estiagem entre o fim da Primavera até agora. No entanto, vale lembrar que esta "falta" do tempo pode ser um indício para refletirmos de que maneira lidamos com a terra. Ou mesmo, sina do tempo, ciclos, vai se saber... Amigos, quero deixar firme essas palavras, rumos que nos guiarão pela estrada do nosso interior, e se refletirão em atitudes no mundo externo. Reculuto e trago sereno no buçal o flete de 2012. Com alegria, já percebi que as mãos tenras das crianças estão confiantes e com esperança em nós adultos. É de assumir o compromisso, de preservar o puro e limpo que a Terra teima em nos oferecer, mesmo após tantas ofensas que ainda causamos a ela. Sinto receber essa missão, nas mãos das crianças. E nos seus olhares também. Que homem serei se não empenhar minha vida neste projeto? Vamos madrugar confiantes, de fogão aceso e um canto crioulo na alma. Vamos rondar alertas, as questões que interferem na saúde do Planeta e na nossa (por acaso?) e estiverem sendo decididas nos gabinetes das administrações públicas de nossas cidades, estados e país. Vamos nos mobilizar com proposições diretas aos nossos representantes. Vou soltando o flete do buçal, e o deixando num potreiro de boa pastagem perto "das casa". Assim mantenho o bom cavalo por perto, para as campereadas de precisão. Firme e alegre, um Feliz Ano Novo a todos meus amigos. E um tema bueno para cevarmos os primeiros mates deste lindo 2012. Peço permiso e benção ao autor desta obra, e à pessoa generosa que compartilhou este video no youtube.