segunda-feira, 9 de julho de 2012

Pra beber água na origem

Nesse Domingo, 8 de Julho, transcorreu treze anos da passagem do payador e poeta Jayme Caetano Braun para um plano maior. Recordo algumas oportunidades que convivi com o poeta, na verdade duas vezes; a primeira, quando tinha 4 ou 5 anos, meu pai havia me levado para assisti-lo junto a ninguém menos que Cenair Maicá e Chaloy Jara, no parque de Exposições Juventino Corrêa de Moura em Dom Pedrito. E a segunda vez, na Expointer em Esteio, tinha eu 12 anos, no "stand" do laboratório em que meu pai trabalhava. Dois momentos que transformam a vida de qualquer ser humano. Gostaria que todas as crianças do mundo, tivessem um contato com algum mestre deste quilate, ou que os pais oportunizassem encontros assim para seus filhos. Para que estes conheçam os vaqueanos dos caminhos da sua terra, do seu povo, das suas origens. Continuarei a postar mais artigos sobre Jayme Caetano Braun. Agradeço como a infinitude do horizonte, ao meu pai e ao mestre e Payador Jayme Caetano Braun, por me ensinarem a farejar o cheiro da terra. Aqui vai também, uma menção especial aos músicos Noel Guarany, Cenair Maicá, Chaloy Jara, Lúcio Yanel, Leonel Gomez e Luiz Marenco, que contribuíram a espalhar de forma sonora a gaúcha e humana mensagem de Jayme, o universal canto da humanidade, na musicalidade pura dos ancestrais charruas e guaranis, que deixaram no tempo, neste portal, o verdadeiro lastro de amor por esta terra, digo também, Terra! Marcos Almeida Pfeifer Porto Alegre, 09 de Julho de 2012 - Lua Cheia A imagem abaixo é da Praça das Carretas na cidade de Bagé, e fica à 3 km dos Cerros de Bagé, onde antes de 1800 foi reduto de índios charruas, e antes da chegada dos brancos pelos idos de 1700 conviviam em plena harmonia com a natureza e o meio ambiente. Vale lembrar que estas civilizações indígenas nos entregaram os recursos naturais limpos e quase que intactos. Esta imagem me transmite muita inspiração, uma região crioula na fronteira, cujos elementos históricos estão ligados à essência do que Jayme Caetano Braun cantava, procurando beber água na origem, de seus antepassados charruas e guaranis.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Buenas amigos. A quem interessar possa, dilvugo abaixo um interessante evento que será realizado pela Universidade Federal de Pelotas(RS. Não é muito comum, o âmbito acadêmico tratar, debater e apresentar alguns aspectos da fronteira entre Rio Grande do Sul e Uruguay. Fronteira que vem se descaracterizando de forma positiva, quanto ao seu conceito. Fronteira que mais une do que separa. A cultura pela música e poesia, e o olhar do povo fronteiriço, de compreender a Pampa, neste elo de campo e céu, que une Uruguaios e Brasileiros, sobretudo entre Santana do Livramento e Rivera, e Aceguá dos dois lados(antes distrito de Bagé), projetam uma nova maneira de integração social e humana, onde os habitantes dos dois lados da fronteira, se identificam no que tempos atrás foi diferença, e se complementam no ponto de vista econômico, quanto às necessidades e qualidades que cada lado oferece. Talvez este passado fronteiriço não tenha sido de tanta diferença. O que os governos tentaram separar, o povo tratou de unir pelo fraterno convívio dos humildes, da sensibilidade e sabedoria de valorizar o simples, e fazendo a paz com a história, numa diária lição de vida e humanidade ao mundo dito pós-moderno. Portanto aí a sugestão deste importante painel que se desenha para os próximos dias de Maio. CIM promove seminário A Fronteira em Debate 26 de Abril de 2012 Numa promoção do Centro de Integração do Mercosul e Núcleo de Estudos Fronteiriços da UFPel, será realizado no dia 22 de maio, no auditório Simon Bolívar (Centro de Integração do Mercosul) o seminário A fronteira em debate. As atividades serão desenvolvidas nos turnos da manhã e da tarde, com as presenças de painelistas da UFPel, UFRGS e UFRJ. Estarão em discussão temas como o uso do modal hidroviário para o transporte através da Lagoa Mirim, integração étnica em regiões de fronteira, o papel da mídia na integração fronteiriça, entre outros. Veja a íntegra da programação: PROGRAMAÇÃO 08h30min - Abertura Oficial Prof. Antonio Cesar Gonçalves Borges – Reitor da UFPel Prof. Manoel de Souza Maia – Diretor da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim/UFPel Prof. Maurício Pinto da Silva – Coordenador do Seminário A Fronteira em Debate 09h00 – Conferência de Abertura O papel da Universidade Federal de Pelotas na Fronteira do Mercosul Prof. Antonio Cesar Gonçalves Borges – Reitor da UFPel Moderador: Prof. Manoel de Souza Maia - Diretor da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim 10h00min – Palestra I – O Uso do Modal Hidroviário para o Transporte de Arroz através da Lagoa Mirim na fronteira Brasil-Uruguai Profa. Raquel da Fonseca Holz – Centro de Integração do MERCOSUL/UFPel Moderador: Prof. Celso Elias Corradi - Centro de Integração do MERCOSUL/UFPel 10h45min – intervalo/café 11h00min – Palestra II – Afro-brasileiros e Afro-uruguaios: integração étnica na fronteira Aceguá/BR-Acegua/UY Profa. Francine Joseph – Centro de Integração do MERCOSUL/UFPel Moderador (a): Profa. Maria de Fátima Bento Ribeiro – Centro de Integração do Mercosul/UFPel 11h45min – Intervalo/Almoço 14h00min – Palestra III – Marcas da integração fronteiriça: da mídia local para o espaço global. Profa. Karla Muller – Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação/PPGCOM da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS Moderador (a): Profa. Renata Azevedo Requião – Centro de Artes da UFPEL 15h15min – Palestra IV – ICARO – Interdisciplinaridade, Crítica ao Autoritarismo, Regionalidade e Oralidade - O Linear nos Estudos Literários. Prof. Uruguay Cortazzo Gonzalez – Centro de Letras e Comunicação/UFPel Moderador (a): Prof. João Luis Pereira Ourique – Centro de Letras e Comunicação/UFPel 16h15min – intervalo/café 16h30min – Palestra V – Territorialidades na fronteira Santana do Livramento, no Brasil e Rivera, Uruguai Profa. Marta Gomes Lucena – Núcleo de Pesquisa em Ruralidades CPDA da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Moderador (a): Prof. Sidney Gonçalves Vieira – Instituto de Ciências Humanas da UFPEL 17h30min – Lançamento do livro - “A Condição Social Fronteiriça Brasil-Uruguai no Mercosul” de autoria de Marta Gomes Lucena - Série Fronteiras da Integração do Centro de Integração do Mercosul 18h00min – Encerramento Data: 22/05/12 Local: Centro de Integração do MERCOSUL – Auditório Simon Bolívar Apoio – Fundação Simon Bolivar

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Música e Espaço

O fim de tarde, calmo. O sol deitando sua luminosidade no rio, insistindo em ficar mais um pouco, sem olvidar porém o seu dever de despertar o outro lado do mundo. Já no alto do cerro vislumbrei a outra ponta do firmamento, mais cerros elevando o horizonte e a lua crescente quase cheia, bem envolvida na moldura azul celeste, a vida neste momento nos trazendo a lição da serenidade pela paisagem. No leste a lua, à oeste o sol, e me faço um peregrino da Terra neste instante. Um dedilhar de guitarra "sureña" começa a fazer sonoridade do sentimento que fluiu, por eu ter me permitido seguir os rastros da natureza que insconsciente intuia. A guitarra no seu apelo, tem o poder de sublimar o que sentimos e externá-lo a ponto de musicar o que nossos olhos enxergam, captam, percebem, refletem e abraçam na paisagem que se forma em nosso encontro com a natureza, o tempo e o espaço. No topo de um cerro, com vista para tudo, os campos, o rio, o horizonte pleno, circundando todas as direções, percebemos o Universo, que somos parte dele, e a Terra no seu "tranquear" cósmico, nos recorda outros tempos e nos possibilita vislumbrar caminhos.
Podemos realizar estes exercícios de rumo e caminho, quando encontrarmos um lugar que nos detém pela paisagem e expressão. Bueno, os cerros, o rio, o sol e a lua me detêm no alto de um cerro, onde me "aquerencio" na sombra de uma figueira. De um cerro de Porto Alegre, faço contato com a essência charrua desta terra!
Marcos Almeida Pfeifer Outono, Lua Crescente, 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Palavras, silêncio, luz

Venho tranqueando pelos dias. Uns à trote, outros à galope. Tenho visto bastante. Do mundo próximo, que nos circunda. E do mundo longe, distante, mas que nos envolve num círculo maior que é a circunferência do globo terrestre, o Planeta, nosso lugar no Sistema Solar, na Galáxia, e no Universo. Tem acontecido tanto nestes últimos dias. O mundo passa por transformações econômicas profundas. Sociais e políticas também, mas estas custam mais a serem percebidas. Há muito imediatismo ainda. Cultural, profissional e existencial. Estamos necessitando de pausas e silêncios. Tenho buscado isto, e assim tentar adentrar no compasso do Universo. Ao menos sentir a consciência nesta busca. A paz, a felicidade, ou uma simples, mas vital sensação de relaxamento e alívio consistirá nos próximos tempos em aprender a conviver com menos; para poder aprender e aproveitar mais. Das sensações, dos sabores, dos amores, das amizades, do crescimento das crianças, das mudanças em nossa volta e no mundo. Parar e silenciar para poder refletir nossa essência. Escutar a voz interior, lá da fonte inicial! Para retomar a compreensão do que somos, da onde viemos, o que gostamos, o que queremos, o que seremos e para onde vamos. Neste exercício, tentei retomar o simples. Silenciei, procurando menos. Encontrei o túnel do meu nascimento, ou do instante, do espaço ou dimensão que me trouxe à vida neste Planeta. Enxerguei os quatro anjos que me aguardavam aqui, minha família, e os demais que iriam parceriar minha caminhada; meus amigos. Nesta retomada da luz primeira, além do som do tempo e da natureza, se é que posso materializá-lo numa forma mais palpável. Tem a vibração, a mensagem, o canto e a voz do nosso mestre Jayme Caetano Braun. O payador das Missões, o cantor das três bandeiras, o mensageiro da nação pampeana, trazendo o canto puro da terra à grande nação mundial. Este gaúcho, exemplificou, demonstrou, cantou nas suas poesias, verdadeiros compêndios e ensinamentos à paz do mundo, a busca do indivíduo através da sua mente e essência, para recompor a sua trajetória. São impressos muitos livros de importantes autores e pensadores sobre a nova ordem mundial. Eventos, fóruns e simpósios são realizados. Gravações, imagens, filmagens e energia são gastos para dizer o que o "paysano" da Timbaúva dizia nos versos, sem gerar qualquer tipo de dispêndio para a terra, para o Planeta. Quando li os versos: "o silêncio é a luz mais pura, do mundo em que me deparo, e a luz, é o silêncio claro, na estrada de quem procura..." Pensei nesta reflexão de Jayme como a profunidade dos profetas, dos visionários, dos mensageiros do tempo e do universo, da ciência e da consciência. Ainda estou tentando entender a mensagem destes versos, espero que os dias me ajudem a decifrá-la. Mas alguém, pode ser Deus, não tenho a prepotência de atribuir seus atos, mas dentro das minhas limitações tentar reconhecer a sua mensagem, talvez algo que tenha no Universo a concepção do amor e da luz, enviado Jayme Caetano Braun para ser o artesão dos caminhos. De religar nosso povo à sua história. De nos ensinar sobre o silêncio, a luz, o vento e a vida. Que o canto dos pássaros nos finais de tarde, é a grande inspiração orquestral para o mais afinado ouvido humano. Que os avós são os luzeiros da nossa memória, os rastros da nossa estrada. Que o campo é o sagrado livro da vida. E que a vida sem o amor feminino, deixa o campo sem flores, a noite sem estrelas, e a vida do "guasca" vazia. Gracias Don Jayme, por me inspirar meus silêncios a tatear minha luz! Marcos Almeida Pfeifer Porto Alegre, 23 de Abril de 2012, Outono, Lua Nova

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amanhecendo

Bom dia amigos. Mais uma semana começa. Que seja repleta de saúde, paz e harmonia à quem necessitar. Que possamos aprofundar nossos sentidos, aproximando-nos da nossa essência, ampliando nossa percepção da natureza e do Cosmo. Já vem linda a manhã desta Segunda-feira, em que uma paineira¹ me "saludó" com suas flores roseadas de perspectivas outonais, emoldurada pelo céu azul deste Hemisfério Sul, Pampa. Vejo ali a natureza estendo suas mãos, em abraço materno, trazendo a luz e a energia para as lidas da Semana. Que possamos retribuir seu gesto, sua benção semanal, nos fazendo mais íntegros, do interior para fora, harmonizando nossas casas e nossas famílias, nossas relações, na gratidão natural que nos caracteriza filhos da Terra. Um abração e linda Semana, com este lindo canto crioulo uruguaio e gaúcho. 1 - Paineira - árvore nativa da América do Sul, encontrada também na Bolívia e na maior parte do Brasil, de nome científico Ceiba Spceciosa, catalogada pelo célebre nautralista francês Auguste de Saint-Hilaire. Possuem até 20m de altura. Podem ser localizadas em muitas ruas e parques de Porto Alegre, seu tronco provido de acúleos (espinhos), suas flores geralmente rosadas, além de espécies de floração branca. "Saludó" - do espanhol saudou, de saudação, cumprimento, aceno.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Escrevo

Escrevo porque a terra me dá energia. Me chama para que manifeste a alma pura da nossa gente, e escreva o sentimento que escorre nas minhas veias como um rio que precisa transportar canoas de felicidade, paz e amor até o cais, a barranca desejada por esta alma. Está quente e mormaçento no Sul, tenho muito trabalho e corrida a fazer, mas tenho que escrever. Escrevo com a sinceridade dos índios da minha terra, pois sinto no olhar guarany, que preciso escrever. Quando caminho e vejo os guapuruvus, jacarandás e corticeiras aguentando firmes as soalheiras do Verão pampeano, e acenando uma compensadora e parceira brisa nos finais de tarde, por esta generosidade, tenho que escrever. Quando os animais me ensinam através da sua singeleza e instinto, que a vida se faz de hábitos, me comunicando de forma sutil das suas necessidades, que chega a ser linda a sua espontaneidade , escrevo! Quando o olhar da morena me traz a noite estrelada, escrevo! Quando vejo nos avós e netos, a divina e fundamental conexão da mensagem e continuidade da vida, escrevo! Quando humildemente ignoro a comunicação imediatista e financeira da midia e da TV com seus reality shows, e mantenho quase que inerte o televisor em minha casa, escrevo. Quando o "recuerdo" da terra que me viu crescer, vem saudoso pela estrada curtida e polvorenta que me leva à fronteira com o Uruguay, olfateando carquejas e macelas no campo, ou cheirando alecrins e manjericão nos pátios dos arrabaldes, silêncio sagrado que só é cortado pelo latir dos cães, que tem procuração divina para interromper a paz das noites interioranas, por isto escrevo. E para agradecer a companhia, a leitura, a participação e a existência de todos meus amigos, ESCREVO! E deixo pra cevarem um bueno dum mate, a música e as imagens da nossa vizinha Argentina, suas "calles" tão nossas, e o canto de Los Fronterizos, mestres do folklore pampeano. Grande abraço!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Observação do tempo

Os dias que vêm transcorrendo neste início de ano tem sido bem difíceis para a Sul-América. Irmãos no centro do Brasil, estão sofrendo as intempéries características dos Verões em clima tropical de Mata Atlântica, com as enxurradas atuando fortemente nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Nestes casos, há uma questão que se põe urgente, a de uma reformulação da ocupação urbana e ambiental. É o grande momento para que as autoridades públicas daqueles locais junto à União, iniciem um processo que envolva as comunidades que sofrem com o tempo a cada ínicio de ano, e articulados, construam soluções de uma reocupação ordenada e ambientalmente sustentável do seu espaço urbano. Isto cabe também a todos os grandes e médios centros urbanos do país, e também as pequenas cidades que tenham a ambição material de crescimento. Que se desenvolvam, mas com supremo respeito à natureza, ao ecossistema à que pertencem, onde toda evolução econômica, tecnológica e material, passe antes por esta sensibilidade, de se guiar pelas condições que a natureza propicia para o estabelecimento e desenvolvimento humano do local. Aqui no Sul, Rio Grande, Uruguai e parte da Argentina, urbanos e rurais convivem com a falta d´água, em algumas regiões mais agravadas que outras. Muitos agricultores com as safras perdidas, pecuaristas dependendo de chuva para molhar a terra e brotar pasto novo, viçoso, e as pessoas da cidade, aguardando a aguada do céu para normalizar o abastecimento, e cessar com o racionamento de água em várias municípios e distritos deste Sul de Continente.
É verdade que quanto mais o tempo passa, e só pode ser assim, questões de várias ordens inquietam o meu andejar charrua, que está na casa dos 31 anos. Dessa forma, neste fim de tarde, ao olhar pras barras dos quatro horizontes, vi o tempo mudando de forma séria e decidida, com a firme atitude de ao regar este pedaço de mundo, repor a esperança na vida, no pasto, nas folhas e árvores nativas que acenarão contentes e plenas após o aguardado afago celeste. E os animais, aguardando dignamente, valorizarão a vida com espontâneo agradecimento ao sorverem a água dos açudes, lagos e rios, trazidas por esta nova chuva, por este novo tempo. Os intervalos entre calor, intenso e abafante, originando situações drásticas de seca, servem de lição primordial para valorizarmos a água benta, esta sim é benta, que andava ausente. Ou se ausentou a ver se neste período, uma nesga de consciência de respeito e preservação por esta terra, por este Planeta que nos acolhe em vida, acendeu brasas fogoneiras a nos guiarem em nova atitude. O tempo, ah este velho amigo, nos deu tempo, para pensarmos nossa condição aqui. E de maneira firme mostrou neste começo de ano, a sua intenção em continuar integro para crescermos dentro dele, e a natureza, revigorando a esperança com esta chuva crioula que cai molhando a nossa Pampa, de crescermos felizes na sua, em nossa casa. Pampa, cielo, cerros, arvoredo que é meu abrigo eterno, e o caminho, meu mestre sereno e forte. No más, um mate e a guitarra de Atahualpa Yupanqui, trazendo em forma de música, a chuva que cai com uma benção para esta minha alma de paysano!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Com rumo firme e o campo nos olhos!

Buenos dias. Feliz Ano Novo amigos deste espaço de cultura telúrica. No madrugar desta Segunda, no alvorecer de Janeiro, destapo a silhueta do tempo, de um verão surpreendente de temperaturas primaverais, e o céu que reponto nesta hora, azul matinal tingido de serenas nuvens brancas, esparramadas de umidade. Bons indícios de que a chuva não irá se ausentar do Continente chamado Rio Grande, neste principiar de ano. Rezo que a umidade se converta em chuva na metade Norte do Estado, região que sofre estiagem entre o fim da Primavera até agora. No entanto, vale lembrar que esta "falta" do tempo pode ser um indício para refletirmos de que maneira lidamos com a terra. Ou mesmo, sina do tempo, ciclos, vai se saber... Amigos, quero deixar firme essas palavras, rumos que nos guiarão pela estrada do nosso interior, e se refletirão em atitudes no mundo externo. Reculuto e trago sereno no buçal o flete de 2012. Com alegria, já percebi que as mãos tenras das crianças estão confiantes e com esperança em nós adultos. É de assumir o compromisso, de preservar o puro e limpo que a Terra teima em nos oferecer, mesmo após tantas ofensas que ainda causamos a ela. Sinto receber essa missão, nas mãos das crianças. E nos seus olhares também. Que homem serei se não empenhar minha vida neste projeto? Vamos madrugar confiantes, de fogão aceso e um canto crioulo na alma. Vamos rondar alertas, as questões que interferem na saúde do Planeta e na nossa (por acaso?) e estiverem sendo decididas nos gabinetes das administrações públicas de nossas cidades, estados e país. Vamos nos mobilizar com proposições diretas aos nossos representantes. Vou soltando o flete do buçal, e o deixando num potreiro de boa pastagem perto "das casa". Assim mantenho o bom cavalo por perto, para as campereadas de precisão. Firme e alegre, um Feliz Ano Novo a todos meus amigos. E um tema bueno para cevarmos os primeiros mates deste lindo 2012. Peço permiso e benção ao autor desta obra, e à pessoa generosa que compartilhou este video no youtube.