segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amanhecendo

Bom dia amigos. Mais uma semana começa. Que seja repleta de saúde, paz e harmonia à quem necessitar. Que possamos aprofundar nossos sentidos, aproximando-nos da nossa essência, ampliando nossa percepção da natureza e do Cosmo. Já vem linda a manhã desta Segunda-feira, em que uma paineira¹ me "saludó" com suas flores roseadas de perspectivas outonais, emoldurada pelo céu azul deste Hemisfério Sul, Pampa. Vejo ali a natureza estendo suas mãos, em abraço materno, trazendo a luz e a energia para as lidas da Semana. Que possamos retribuir seu gesto, sua benção semanal, nos fazendo mais íntegros, do interior para fora, harmonizando nossas casas e nossas famílias, nossas relações, na gratidão natural que nos caracteriza filhos da Terra. Um abração e linda Semana, com este lindo canto crioulo uruguaio e gaúcho. 1 - Paineira - árvore nativa da América do Sul, encontrada também na Bolívia e na maior parte do Brasil, de nome científico Ceiba Spceciosa, catalogada pelo célebre nautralista francês Auguste de Saint-Hilaire. Possuem até 20m de altura. Podem ser localizadas em muitas ruas e parques de Porto Alegre, seu tronco provido de acúleos (espinhos), suas flores geralmente rosadas, além de espécies de floração branca. "Saludó" - do espanhol saudou, de saudação, cumprimento, aceno.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Escrevo

Escrevo porque a terra me dá energia. Me chama para que manifeste a alma pura da nossa gente, e escreva o sentimento que escorre nas minhas veias como um rio que precisa transportar canoas de felicidade, paz e amor até o cais, a barranca desejada por esta alma. Está quente e mormaçento no Sul, tenho muito trabalho e corrida a fazer, mas tenho que escrever. Escrevo com a sinceridade dos índios da minha terra, pois sinto no olhar guarany, que preciso escrever. Quando caminho e vejo os guapuruvus, jacarandás e corticeiras aguentando firmes as soalheiras do Verão pampeano, e acenando uma compensadora e parceira brisa nos finais de tarde, por esta generosidade, tenho que escrever. Quando os animais me ensinam através da sua singeleza e instinto, que a vida se faz de hábitos, me comunicando de forma sutil das suas necessidades, que chega a ser linda a sua espontaneidade , escrevo! Quando o olhar da morena me traz a noite estrelada, escrevo! Quando vejo nos avós e netos, a divina e fundamental conexão da mensagem e continuidade da vida, escrevo! Quando humildemente ignoro a comunicação imediatista e financeira da midia e da TV com seus reality shows, e mantenho quase que inerte o televisor em minha casa, escrevo. Quando o "recuerdo" da terra que me viu crescer, vem saudoso pela estrada curtida e polvorenta que me leva à fronteira com o Uruguay, olfateando carquejas e macelas no campo, ou cheirando alecrins e manjericão nos pátios dos arrabaldes, silêncio sagrado que só é cortado pelo latir dos cães, que tem procuração divina para interromper a paz das noites interioranas, por isto escrevo. E para agradecer a companhia, a leitura, a participação e a existência de todos meus amigos, ESCREVO! E deixo pra cevarem um bueno dum mate, a música e as imagens da nossa vizinha Argentina, suas "calles" tão nossas, e o canto de Los Fronterizos, mestres do folklore pampeano. Grande abraço!