O fim de tarde, calmo. O sol deitando sua luminosidade no rio, insistindo em ficar mais um pouco, sem olvidar porém o seu dever de despertar o outro lado do mundo. Já no alto do cerro vislumbrei a outra ponta do firmamento, mais cerros elevando o horizonte e a lua crescente quase cheia, bem envolvida na moldura azul celeste, a vida neste momento nos trazendo a lição da serenidade pela paisagem. No leste a lua, à oeste o sol, e me faço um peregrino da Terra neste instante. Um dedilhar de guitarra "sureña" começa a fazer sonoridade do sentimento que fluiu, por eu ter me permitido seguir os rastros da natureza que insconsciente intuia. A guitarra no seu apelo, tem o poder de sublimar o que sentimos e externá-lo a ponto de musicar o que nossos olhos enxergam, captam, percebem, refletem e abraçam na paisagem que se forma em nosso encontro com a natureza, o tempo e o espaço. No topo de um cerro, com vista para tudo, os campos, o rio, o horizonte pleno, circundando todas as direções, percebemos o Universo, que somos parte dele, e a Terra no seu "tranquear" cósmico, nos recorda outros tempos e nos possibilita vislumbrar caminhos. Podemos realizar estes exercícios de rumo e caminho, quando encontrarmos um lugar que nos detém pela paisagem e expressão. Bueno, os cerros, o rio, o sol e a lua me detêm no alto de um cerro, onde me "aquerencio" na sombra de uma figueira. De um cerro de Porto Alegre, faço contato com a essência charrua desta terra!Marcos Almeida Pfeifer Outono, Lua Crescente, 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Música e Espaço
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