quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Atahualpa Yupanqui, guia e luzeiro da Pampa

No dia 31 de Janeiro, os paisanos da América Pampeana, e as pessoas que em qualquer canto do mundo se identificam com o canto folclórico da Pampa, tiveram um lindo motivo para celebrar a cultura da nossa terra. Pois neste dia, no ano de 1908, nasceu em Pergamino, Província de Buenos Aires, Héctor Roberto Chavero Aramburo, que quando assumiu sua carreira mais que artística, de payador, cantador e compositor de sua terra crioula e de toda Pampa, adotou o codinome de Atahualpa Yupanqui. Tendo que "ganhar a vida" desde muito cedo, Atahualpa laborou no campo e na cidade, e quando foi tentar a sorte de cantador e instrumentista em Buenos Aires, Capital Federal, amargou a falta de sensibilidade com que os portenhos à época, recebiam o puro canto da terra. Muitas passagens de sua vida, e a realidade sócio-cultural dos paisanos das várias regiões e províncias "gauchas" da Argentina, estão relatadas e entrelaçadas com sua própria identidade de paisano cantador, compositor e homem da terra, na obra "El Payador Perseguido", poema revestido por milongas, cifras, bagualas, gatos que contam entre melodia e verso, da maneira mais genuína, a vida dos paisanos, do homem campeiro de seu país. Penso que "El Payador Perseguido" de Yupanqui equivale para os gaúchos do século XX, o que foi o Martin Fierro de Jose Hernández para os gaúchos do século XIX.

A sensibilidade terrunha e a ternura melódica da guitarra de "Don Ata", logo transcenderam os ermos e rincões da Pampa, para ganhar definitivamente o coração e o gosto das platéias pelo mundo todo. Todo o Continente Americano, até o México, Europa e incrivelmente o Japão. Neste caso, encontro um nexo; os japoneses assim como Atahualpa, cultuam e respeitam seus ancestrais, percebendo nos valores dos mais velhos e nas lições da terra e seus nativos, os motivos para a evolução do espírito, e quem sabe da humanidade.

Vamos acompanhar abaixo este link do youtube, com o desempenho do mestre Atahualpa Yupanqui para Estilo de Quijano, uma bela pasiagem pampeana ao entardecer e a luz da melodia, complementando a essência e unidade do momento.

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