Indo camperear no último final de semana de Novembro, na estância do amigo e agrônomo Bernardo Moreira no município de Capão do Leão, no distrito do Pavão, provei novamente da vivência campeira. Percebi nesta vez, o quanto genuíno nos faz o campo, pela sua simplicidade e diversidade de vida. A saída de Bagé, pra quem ruma ao Capão do Leão e à Pelotas, vemos o Pampa em suas imensas várzeas até Candiota e início de Pinheiro Machado, quando já começa a surgir a paisagem da Serra do Sudeste, e mais adiante Piratini, rincão histórico da emancipação cívica do Rio Grande do Sul, e que revela em suas serras expressões que nos fazem recordar alguma zamba de Yupanqui, uma vez que me despertou um aconchego de rancho, guitarra e fogo aceso. Durante esse caminho de Bagé à Pelotas, dos varzedos às serras, para descer às pradarias novamente, melodias vinham ao pensamento, às escutava. Alguns ponteados de Atahualpa Yupanqui, uns chamamés do Luiz Marenco, o ressonar povoado de sentimento, das cordeonas do Leonel Gomez e do Edilberto Bérgamo, ou algum pensamento revelado pelo Eron Vaz Mattos, que lança um olhar quando fala, como quem fosse armar certeiro um pealo.
Talvez o olhos verdes de uma linda, que eu ansiava encontrar quando voltasse à Porto Alegre.
Acho que está revelada aí, um pouco da sabedoria do campo. O campo e a vida que o rodeia, as coronilhas firmando raíz, certezas em meio aos tempos de hoje, o florir das corticeiras, imersos na paisagem pampa, nos trazem ao pensamento tantas coisas boas que nos preenchem à alma e moldam nosso espírito; amigos, amores e as músicas da nossa essência...
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