O sentimento é um motivo para expressão na arte, e a escrita, os versos ou a verbalização na charla, são os comunicadores do meu sentimento ao mundo e às pessoas. Acredito que em muitos aconteça o mesmo.
Que "cosa buena" serenar um mate nos finais de tarde deste Novembro, que esteve a saudar ventoso os galhos do arvoredo, segredando acordes de milongas, zambas ou vidalas. Que melodia mais linda, a do vento tirando notas das copas dos jacarandás, tipuanas, cinamomos, paineiras, angicos, curunilhas, corticeiras. A cada movimento das árvores, que tenho como irmãs e amigas, um guitarreiro parece bordoneando silente as milongas da alma, ou uma cordeona se abre entregando a alma ao vento, soprando livre na música vibrante, cativante e amiga de um chamame.
Pois o balanço do arvoredo nesta Primavera, bem me lembra a elevação espiritual de um chamame entonado por um Leonel Gomez, um Raul Barboza, um Gilberto Monteiro, Aluisio Rockembach, um Luiz Carlos Borges, um Ernesto Montiel, que nos levam a um novo caminho de um belo porvir, na certeza terrunha dos rastros daqueles que nos sucederam.
Tche que lindo, amigos, repartir com todos estes momentos aqui no blog, servindo um mate com a seiva pampeana que em mim circula, e ofertar o que de mais caro meus sentidos podem captar. Visão, olfato, ar, audição, os aromas silvestres que se percebem intensos nessa época, o caminho que se abre no florir das estradas e dos campos, e a água que espelha a alma, quando o rio nos "regala" um por-de-sol, na generosidade materna com que a Terra nos acolhe a cada dia.
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