sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O piá, a lua e o homem

A lua em quarto-crescente resplandece no alto do céu ao final da tarde quase veraneira, ainda refrescada pelas brisas da Primavera, onde os jacarandás ofertam flores arroxeadas, que de tão vivas, suas cores abrem caminhos nas retinas quando passa alguma moça de olhos "gateados", vislumbrando a felicidade num encontro de olhares, fugazes, mas também permanentes. A felicidade se expande por todos os ângulos da mirada do homem, que ao mirar a lua em quarto-crescente no momento em que o céu que lhe dá infinita moldura, refaz seu amor cósmico em gradientes de cores, do leve rosado (que me faz lembrar do pêlo do cavalo rosilho), para um tênue azul que vai mansamente avisando que a noite se aproxima.
Nesse momento o homem lembrou do piá, que há mais de vinte anos jogava bola num terreno baldio, com outros da mesma estirpe, gurizada que entardecia e anoitecia na diversão infinda, até que a primeira mãe da vizinhança, largasse o primeiro grito de "venha pra casa guri, tomá banho, que a janta tá quase pronta!".

La pucha que lindo! Não sei porque em certos momentos, em alguns finais de tarde, desses que a Primavera e o Verão romanceiam serenos, o homem recorda o piá, os amigos, e algum amor perdido numa flor de corticeira. E a lua é a culpada, no seu sorriso prateado, cristalino, como a desvendar os segredos e as saudades, abrindo nossa alma, feliz a entonar uma cantiga da terra, de querência, familiares, amigos e amor por esta vida genuína, do piá de fronteira para o homem dos caminhos...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Canto de Primavera Linda

O sentimento é um motivo para expressão na arte, e a escrita, os versos ou a verbalização na charla, são os comunicadores do meu sentimento ao mundo e às pessoas. Acredito que em muitos aconteça o mesmo.
Que "cosa buena" serenar um mate nos finais de tarde deste Novembro, que esteve a saudar ventoso os galhos do arvoredo, segredando acordes de milongas, zambas ou vidalas. Que melodia mais linda, a do vento tirando notas das copas dos jacarandás, tipuanas, cinamomos, paineiras, angicos, curunilhas, corticeiras. A cada movimento das árvores, que tenho como irmãs e amigas, um guitarreiro parece bordoneando silente as milongas da alma, ou uma cordeona se abre entregando a alma ao vento, soprando livre na música vibrante, cativante e amiga de um chamame.
Pois o balanço do arvoredo nesta Primavera, bem me lembra a elevação espiritual de um chamame entonado por um Leonel Gomez, um Raul Barboza, um Gilberto Monteiro, Aluisio Rockembach, um Luiz Carlos Borges, um Ernesto Montiel, que nos levam a um novo caminho de um belo porvir, na certeza terrunha dos rastros daqueles que nos sucederam.
Tche que lindo, amigos, repartir com todos estes momentos aqui no blog, servindo um mate com a seiva pampeana que em mim circula, e ofertar o que de mais caro meus sentidos podem captar. Visão, olfato, ar, audição, os aromas silvestres que se percebem intensos nessa época, o caminho que se abre no florir das estradas e dos campos, e a água que espelha a alma, quando o rio nos "regala" um por-de-sol, na generosidade materna com que a Terra nos acolhe a cada dia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Na transição do mês

Pois é viventes. Se foi o Outubro e quando percebi, nada havia postado me nosso blog. Bueno, este mês caracterizou-se por uma Primavera com jeito de Outono, com chuvas de volume considerável para o campo nativo, dias de sol suficientes para amadurecer o pasto e as plantas, e com temperaturas amenas, garantindo a retenção de água no solo, ou seja, condições essenciais para o bom andamento da atividade agropastoril, e ainda se desenvolvida de forma sustentável.
Neste intercurso de tempo, além do trabalho, partilha com os amigos e familiares, mudanças de rumos de muitas pessoas queridas, amigos casando, vidas iniciando, crianças crescendo, me tem chegado na companhia dos mates, algumas idéias que achei por transformar em versos simples, de alma nativa e aqui publico alguma coisa. Vamos seguir mateando por aqui...


De Madrugada e Tempo

Madrugada de Primavera,
com cisma ainda de Inverno,
mateio no ritual fraterno,
que há tempo trago comigo,
neste fogonear, lembro os amigos,
na essência de um angico puro cerno.

Às vezes antes da lida,
no momento de calma e luz,
o costume crioulo me conduz,
à versejar campo e frontera,
alma timbrada nas praderas,
que o sol da milonga reluz.

Num bordonear, repasso meu tempo,
notas antigas, guardadas no peito,
lembranças de avós, pelo jeito,
neste cantar feito querência,
assim vou desaguando ausências,
como um rio que corre pro leito.

Marcos Almeida Pfeifer, Outubro 2011, Lua Crescente

Foto: Karen Campani

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Serra do Sudeste

Energia. Luz. Mansidão. Ancestralidade. Tempo fundo. Antigo.
Me conheço mais, aí. Lugar que me conhece e onde me conheço.
Em cada volta, novas rimas "cambeiam" , pra minha alma gestar cultura.
Nos parentes, fogões acesos de lar e querência, certeza de ancestralidade.
No sopro do vento, quando cai a tarde na direção do Camaquã, o tempo acaricia as folhas, perfuma as flores e me fala dos avós.

Serra do Sudeste: região de altitude em meio ao pampa do Rio Grande do Sul, cuja formação geológica é conhecida como escudo cristalino sul-riograndense, de altitude de 400m acima do nivel do mar, de campos com aptidão para a ovinocultura e a produção de uvas viníferas. Lugar de belas paisagens, entrecortada por encostas e cerros, várzeas, e banhada pelo sagrado rio Camaquã. Terra de gente muito boa e das minhas raízes paternas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

De campo e Primavera

Buenas andarilhos, campeiros, e amigos que espiam de quando em vez este espaço. "Cosa buena" é falar pra vocês, enquanto cevo um mate hehehe e sorvo daqueles de "yerba verdosa" y buena. Na simplicidade deste gesto e com o cusco do lado, sentindo a brisa mansa dos primeiros ventos que antecedem a chegada da Primavera. Linda é a transição das estações, e a transição de nós mesmos, quando paramos num entardecer de Setembro e repassamos os caminhos, as atitudes, o que é bom seguir, e o que se deve refugar, sincero, de alma aberta para a mensagem da natureza, do céu, da capacidade de afeto dos animais, dos recuerdos doces daquela castanha de olhar esverdeado que pousa no pensamento, mais insistente agora quando as corticeiras ou ceibo regala a flor colorada, símbolo da flora pampeana.
Que cosa buena amigos e amigas, recostar a cambona do sentimento e aquecê-la nos fogões da autenticidade dos ensinamentos da terra (Terra).
Este é daqueles momentos que encontramos Deus, e conversamos com ele, ou com a criação enfim, quando humildemente e de maneira serena nos "abancamos" num cepo pra matear ao som do vento. Este amigo que nos traz tênues cantos crioulos, aromados de pitangas e araçás que toma emprestado da selva ao afinar sua guitarra estradeira nas árvores nativas do nosso pago. Sirvo e passo este mate a vocês!

Aproveito e recomendo o blog do amigo Maurício www.identidadecampeira.blogspot.com
Obrigado a todos que compartilham destes momentos nativos e se fazem membros do blog, o que muito me motiva.
Recomendo também o site do Lisandro Amaral, cantor das coisas charruas e genuínas da nossa cultura, poeta antes de tudo, que está com o Canto Ancestral disponível para que quiser adquirir esta nova obra deste frontero de alma buena. O link é www.lisandroamaral.com.br
E neste Sábado, o Motivos de Campo pela Radio da Universidade 1080 AM ou www.ufrgs.br/radio a partir das 9h.
Grande abraço e muita paz!

Ah um videozito de musica campera porqué no!
Desta feita, no meu sentir uma das mais belas composições da nossa cultura. Acho que até a música inédita mais linda composta no Brasil nos últimos dois anos. Do Gujo Teixeira, José D. Teixeira e Juliano Moreno, com a interpretação da indiada mais que buenas de Lages, o Quarteto Coração de Potro com Adriano Alves lá de Dom Pedrito no recitado. E os créditos para Quel Kramer quem registrou este momento.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hábitos

Hábitos, a primeira impressão desta palavra pode remeter à situações rotineiras, usuais, cotidianas, sem muita importância, de reproduzir todos os dias, sempre o mesmo. Porém os hábitos podem ser uma novidade em nossas vidas, todos os dias. Podemos incorporar hábitos novos, simples, em várias esferas da nossa vida, que aparentemente não representarão muito, mas se várias pessoas se valerem e adotarem bons hábitos, o mundo passará por inesperadas transformações.


É tanto um quanto utópico este simples exercício de pensamento, e para me ajudar um pouco, recorro à máxima do poeta e pensador francês Victor Hugo, divulgada também por Chico Xavier - "Pensamentos tornam-se palavras, palavras tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, e estes nosso destino!"
Mexe com a consciência como se levássemos uma rodada do cavalo que estamos montados, e nos atirasse pealados no capim santo do campo.
Me lembrei dos hábitos porque o 2011 se vai galopando solto no lombo do Agosto, que já está prestes a fazer muda para o Setembro. E se vai ano, "fincado" ligeiro em cancha-reta! Um ano que começou ali, não faz tanto tempo assim, mas se foi criando meio atravessado, desde o deslizamento e as inundações no interior do Rio de Janeiro, das tsunamis e explosões dos reatores das usinas nucleares no Japão, da chuvarada que quase submergiu a área urbana de São Lourenço do Sul aqui no Estado, e da continuidade do descaso e expoliação dos recursos públicos pelos gestores e parlamentares responsáveis pela condução das coisas da República, do povo.
Ainda muitos são, os que continuam olhando a miséria não só material, mas existencial de boa parte da população, como se fosse algo já fadado pelo destino, como se a gestão da pátria pela sociedade que dela faz parte não tivesse qualquer relação com o que enxergamos diriamente nas ruas.
Vejo um país, ou alguns iludidos ou interessados nas divisas particulares que gerará, a realização da Copa do Mundo num país que não consegue tratar decentemente das pessoas que dependem de saúde pública, e atender com eficiência e igualdade a demanda por educação pública, gratuita e de qualidade, que se fazem preementes, devida a exorbitante carga tributária arrecadada para tais fins. Construir estádios, para quê e para quem? Precisamos destinar os recursos materiais e humanos para formar pessoas, cidadãos, para que um dia possam ter a consciência de parar, quem sabe com seus filhos, junto a cabeceira de um rio limpo, num lugar com cheiro puro de terra úmida, e as pessoas possam se reconhecer integrantes deste meio, desta terra, e se reconhecerem. Estaremos resgatando uma dívida com os nossos ancestrais, com a nossa essência e a Terra.
E os hábitos, ficaram esquecidos na poeira que se formou por tanta alusão e estímulo de consumos desnecessários à nossa existência, pois hoje só existimos se tivermos tecnologia de ponta ao nosso alcance? As diversas assinaturas de planos de telefonia, internet - ressalva para esta que é a mais incluidora e democrática das midias - tv´s a cabo, satelite, comidas rápidas, veículos cada vez mais sofisticados e velozes (por que tantos acidentes?), uma indução ao que não estamos preparados mentalmente para absorver, e nunca estaremos, pois a sofisticação que nos conforta artificialmente é a mesma que retira nossa ligação com o nosso Ser, e tudo que se refere naturalmente à vida, à nós e ao Planeta.
Podemos começar cuidando do lixo em nossa casa e escritório, escola, trabalho, cumprimentar e conversar com nossos vizinhos, deixar de ir naquele supermercado famoso ou no hipermercado de luxo, e ir na mercearia do Seu João, apanhar verduras e frutas, comprar carne no açougue, diminuir o impacto econômico que as grande redes praticam sobre o produtor rural, repassando preços abusivos, num processo de alta lucratividade, pagando pouco aos agricultores.
Aos hábitos, me questiono porque os responsáveis pela gestão pública da Capital do Rio Grande do Sul, cidade em que nasci e onde vivo, ou pela governança, termo muito em voga do ponto de vista administrativo que vejo com desconfiança, não repensam a prioridade das políticas públicas - vale para todos os partidos e tendências ideológicas e a sociedade, nós, que os sustentamos eleitoralmente - em potencializar políticas ambientais simples e eficazes, profundas, incentivando a produção holerícola e frutífera na aéra rural de Porto Alegre ao invés de estimular a construção civil de interesse das empreiteiras. Levar a educação e o ensino técnico voltado para o plantio sustentável às comunidades socialmente vulneráveis.
Pelo hábito, falei demais, vou tomar uns mates e seguir peleando neste meu ideal, de terra limpa e vida saudável a todos. Mas antes que o ano se perca a lo largo, reativo os hábitos do mate, do amor à terra e respeito à cultura ancestral, na sabedoria de Don Atahualpa Yupanqui.
Reparem na melodia que começa aos 4m33s do video. Um abraço e muita luz!

De Porto Alegre, Lua Minguante, Agosto 2011

http://www.youtube.com/watch?v=J6VCTo-s00Q

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Querência e Identidade

Para ti, Celeste.

Essa é para os amigos e para ti Celeste, atletas de futebol de Uruguay, Don Oscar Tabarez, a todo pueblo uruguayo, amigos que conheci ao largo da vida, vivencia fronteriça onde aprendi que a Pátria não se faz com impérios e conquistas, mas com amor à terra, gente trabalhadora, humilde, amistad y fraternidad! É matear con los vecinos aos finais de tarde, é cumprimentar as pessoas na rua, é compreender que a felicidade está no simples da vida. Está na melodia dos sábias entonando hinos na copa de um cinamomo, num mate y galleta, numa guitarra ponteada entre amigos, nas crianças brincando nas calçadas, mirando nosso exemplo! Está em reunir, valorizar e amar a família, e os amigos, naturalmente! Está em rir dos problemas, das dificuldades, e ir tocando a vida em frente, firme como tropeiros conscientes que lá adiante, terá pastagem boa para o gado! Por isso torci por ti Celeste, por teu povo, e continuarei torcendo, pela origem e proximidade que tenho com as tuas raízes, que penso serem as minhas. Ao caminhar nas ruas do teu país, que é o mesmo meu, pois atravessando de Livramento para Rivera, e de lá pra cá tantas vezes, já esqueci em qual país estava. Minha memória e minha alma, já aquerenciaram os dois! Por toda essa vivência de fronteira, desde o meu olhar de menino até meu sentimento de homem, admirando as paysanas dos dois lados, admirando o trabalho e a hospitalidade de seu povo, e em cada passeio e investida na tua terra Celeste, perceber no olhar de muitos hermanos, a dignidade e a felicidade por serem dali, fazerem parte daquela terra, uruguaios que muito trabalham e pouco recebem pelo serviço que fazem, ao longo de tantos anos de dificuldades econômicas e sociais, jamais esmorecem, seguem tentando, trabalhando, trabalhando, criando um serviço ou outro, seguem a vida, a dignificam.
Pelos quileros que cruzam de Mello às Serras do Aceguá, do lado de lá para o lado de cá, apenas levando produtos que são mais baratos ou faltam no seu país, um azeite, farinha, café, açúcar, e são chamados pelas autoridades governamentais dos dois países, de “contrabandistas”! Contrabandistas são os que lidam com armas e drogas, e outros males por aí! Contrabandistas estão nas esferas do executivo e legislativo, realizando contrabando do dinheiro dos nossos impostos para investimentos indevidos, para obras desnecessárias ou eleitoreiras!
Ressaltando que os quileros, são pessoas de poucos recursos e escassas oportunidades de trabalhos, que procuram levar uma vida digna, sem prejudicar a ninguém, apenas compensando à suas parcas vidas econômicas, um pouco de conforto que a proximidade com a fronteira proporciona.
E por toda essa riqueza de humanidade, de saber o simples, de conhecer onde está a aguada pura, a boa invernada, de aprender com o teu, ou o meu povo, a persistência, é que neste 24 de Julho de 2011, fui às lágrimas por ti Celeste.
Acho que é assim que se reconhece uma nação, um sentimento de povo. Continuarei sendo brasileiro, amando meu povo, e a todos os cidadão desse planeta, mas não posso ser hipócrita com a minha alma, os meus sentimentos e raízes que apontam em direção ao Sul, a torcer pela tua bandeira, pelo exemplo de tua gente, como tem sido ao longo da história o exemplo dos teus atletas, das tuas equipes, dos bravos de hoje! Eles são e serão ótima influência e inspiração para as crianças e jovens de todos os cantos do mundo, pela atitude, respeito ao adversário mas com foco no objetivo, principalmente defender com garra, alma e coração as cores da sua bandeira, o seu povo!
Por isso quando olho para os campos se perdendo no verde do horizonte pampeano, vejo uma fronteira se desfazendo, percebo duas pátrias se encontrando! E ao escutar os sons da guitarra nativa y gaucha de Don Pepe Guerra cantando Verde Esperanza, lembrei os olhares de muitos amigos e amigas, paysanos y paysanas que conheço, de amigos que torcem comigo pela equipe uruguaia e pelo povo também, da minha vivência fronteiriça, da saudade de meus pais e da minha Bagé, olhando pro Sul, no costado do Uruguay, por todo esses caminhos de viver, chorei por ti Celeste! De amor e felicidade, tal como o sol que ilumina tua bandeira e teu povo!
Como diz o poeta Marco Antonio Antunes: “al pasar por la frontera, me siento un poco uruguayo, mi lengua es la del corazón, que es la misma en cualquier lado!”

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Manhãzita gelada y campo

Amigos, buenos dias. O título assim, na mescla do espanhol e português, pois essa condição de duplo idioma me acompanha desde criança na fronteira, e nos dias de hoje, mesmo residindo em Porto Alegre, o sotaque e a maneira de falar se enraizaram tal qual uma coronilha que nasce entre pedras mouras e campo nativo. Assim, a pampa se aninhou dentro da alma, ou melhor, minh´alma que se "anidó" en la pampa.
Ninho que fiz na copa dos jacarandás da praça nesta manhã, enquanto meu pensamento repontava outras manhãs inverneiras nalgum fundo de campo, pois a sensação de frio polar, com minuano e céu azul, traz à memória o aroma da lenha de mato nativo queimando num brasedo madrugador, enquanto que a fumaça lançada no céu e no espaço, simbolizando o pensamento da gente do galpão, num genuína demonstração de quem cuida querência e sedimenta a pátria, tal como um joão-barreiro faz seu ninho.
Neste Julho gelado que principia, num frio influenciado pelas correntes climáticas austrais, partilho este sentimento de pampa, minunano, fronteira hermanda, porém com muita lenha pra atiçar o fogo e esquentar cambonas para as nossas mateadas Inverno a dentro.
Abaixo un "videozito" do youtube, com Palas Brancos de Fronteira, esta obra-prima do Sérgio Carvalho Pereira e do Lambari, umas das composições que mais genuinamente falam do campo em suas condições climáticas, culturais e ambientais, numa perspectiva de pensamento rara. Um abraço!

domingo, 19 de junho de 2011

Pelos fogões de Junho

Buenas meus hermanos. Ainda que a vida por motivos de trabalho e rotina, me afaste deste nosso espaço nativo na internet, teimo em parar uns bons instantes e tisnar algumas palavras com os amigos.
Um Domingo de noite chuvoso de Junho, de pêlo mouro, é a moldura onde me enquadro pra reencontrar o silêncio necessário à saúde da consciência.
Vivemos num tempo em que não há tempo para quase nada, onde o barulho emitido na realidade das grandes cidades, toma o lugar das melodias do vento e da terra, possíveis de escutar quando nos achamos nalguma moldura campeira.
E fogoneando neste quadro de Junho, onde a lua cheia adormece dentre o véu das nuvens formadas pelo corpo e espírito da Terra, manifestação do Sul-Mestre-Inverneiro, me faço mateador novamente do fogo grande da cultura pampeana, e alcanço este mate a vocês, com a cuia curtida pelo tempo e o valor da saudade, sentida no calor da água e no sabor da erva-mate, como que nos devolvendo a vida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Lua Cheia de Maio

Depois de mais umas semanas de ausência, retorno com mais pensamentos. Numa noite em que a lua crescente espera seu plenilúnio para a meia-noite de Terça-Feira. Recorrer o céu sob a luz desta lua, é permitir à alma viajar pela energia de luz e paz, com que o Universo nos aguarda, sempre que ampliamos nossa consciência, através da permissão concedida à nossa essência.
É recorrer os verdes campos da infância, alegres e aquecidos pelo sol da inocência, e quão doce é o reencontro com os momentos tenros e sublimes da vida, quando nos permitimos do auto dos trinta anos de idade. Quero portanto nesta noite, do meu chão Austral alçar vôo para o céu Astral, e povoar de quimeras e amores a alma e o coração dos que vierem por aqui, aquecer a cambona para um mate.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O ar das "tonadas" do Hemisfério Sul

Escrevo desde Bagé, paralelo 31°S, região onde habitaram os charruas, nativos da Nação Pampeana, de vida nômade, cujas habitações eram toldos, as tolderias, que caracterizavam a sua presença onde estivessem montadas. Até meados do século XVIII, as tolderias demarcavam lugares do hoje município de Bagé: a Tolderia das Palmas, e a Tolderia dos Cerros, conhecido atualmente como Três Cerros, onde estão localizadas as antenas da emissora de TV local.
Escrevo referenciado nessa ancestralidade de civilização nativa, pois é o sentimento de quem retorna de um grande centro urbano à sua terra adotiva, onde cresci e onde meus pais vivem. Posso considerá-la natal, pois o amor e a raiz me envolvem quando meus olhos tomam a direção da antiga Tolderia dos Cerros, e em alma, renasço então aqui.
Neste retorno, até uma chuva forte na chegada, pra reanimar a terra, e quem vive dela, e toda população da cidade que está sob racionamento d´água. Mais um fato que serve com reflexão para o aumento da nossa consciência ambiental, como tutores e guardiães da Terra, em maiúscula, numa alusão à visão Planetária. E cuidar do planeta, pode começar em nossa rua, em nossa casa, no bairro que habitamos.
E o que motiva este comunicado desta terra de fronteira, é o Outono que já recebe alguns matizes de Inverno, de ar gelado, de "Sur", trazido nos ventos austrais, que recolheram no monte Aconcágua, entre a Argentina e o Chile, sinais de som das guitarras e seus acordes de tonadas "mendocinas", quando sentimos e ouvimos o vento aqui, na porta da fronteira, que se abre para receber nativa, nos seus cerros, nas suas tolderias, o canto crioulo da América Meridional.
Uma Feliz Páscoa, muita luz, paz e alegria!

mendocinas - alusivo à província de Mendoza, noroeste da Argentina, conhecida pelos excelentes varietais viníferos do país, e pela beleza melódica de ritmos como zamba e tonada.

Sur - Sul em espanhol.

austrais - referente ao Sul.

Aconcágua - monte de mais de 6960 m de altura, o mais alto de toda a América, situado na província de Mendoza, no Parque Provincial do Aconcágua, onde em seu cume, se avista à Leste, o deserto que caracteriza a região, e à Oeste o Chile, avistando-se também o Oceano Pacífico.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Cantar do Sul em Porto Alegre


Nos dias 15 e 17 desta semana de Abril, um autêntico recital da alma do Sul, do cantar, do sentir poético e fazer melódico da gente sureña, será apresentado na Capital. Roberto Borges, cantor, instrumentista e compositor, e Aluísio Rockembach, acordeonista e compositor, "regalam" ao público que for ao Boteco Tchê, uma amostra sensível, genuína, e de qualidade da musicalidade e cultura do homem do campo da América Meridional, da Pampa, o gaúcho ou el gaucho. Oriundos da região Sul do Rio Grande do Sul, situando Santa Vitória do Palmar e Pelotas, os dois trazem os rastros dos resquícios mais sinceros, singelos e líricos da paisagem Pampa e da alma de sua gente.
Abaixo, um vídeo que mostra um pouco do que aguarda os amigos que forem nas noites de Sexta-Feira e Domingo no Boteco Tchê.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Luiz Marenco e o Primeiro Canto

O Primeiro Canto

É nesta Terça, 5 de Abril de 2011, às 20h30min.
A comemoração do 1º Ano do Programa Continente Pampa, conduzido pelo poeta e compositor Sérgio Carvalho Pereira, e vai ao ar pela 106.7 FM de Rio Grande, emissora da FURG - Fundação Faculdade de Rio Grande e pela web no www.furgfm.furg.br

Para celebrar este grande momento da cultura da terra, a apresentação de Luiz Marenco, acompanhado do violão de Luciano Fagundes e do acordeón de Aluísio Rockembach, num resgate musical que remete à uma maneira mais pura e ancestral de lidar com a musicalidade do Pampa. Uma nova e antiga experiência que estes três grandes nomes do nativismo trazem nesta noite, para homenagear o programa Continente Pampa, que tem na condução do Sérgio Carvalho Pereira, a garantia do canto genuíno de amor à terra pampeana, e apresentada com a sensibilidade, qualidade e responsabilidade dos humildes e sábios. Uma produção esmerada, com muita pesquisa e conhecimento de causa, conferem ao Continente Pampa, talvez a melhor audição de rádio de um programa voltado para a difusão dos principais nomes, obras, autores e contexto da musicalidade e poética da Pampa Sul-Americana.

Há tanta charla!

Buenas meus amigos. De volta às postagens neste espaço. Tive muito trabalho de comunicação e jornalismo no mês de Março, tendo de fazer plantão em vários horários, o que dificultou minha concentração para o blog. Mas não posso deixar passar um mês em branco. Perdoem o descaso. Vamos de agora em diante, mantê-lo firme, atualizado!
Também se acumulam idéias, assuntos, anseios conversarmos e matearmos neste fogo grande que se acende da cultura nativa do Pampa Sul-Americano.
Aproveitar que estamos no início de Abril, mês de aniversário do meu avô materno, em sua memória, e do amigo e colega jornalista, Vicente Fonseca, e a todos leitores que passarem por este blog, especialmente em Abril, não poderia deixar de "linkar" um video do Youtube, com imagens da cidade de Minas no Uruguay, no mês de Abril, que inspirou os compositores Santos Inzaurralde e Santiago Chalar, a comporem "Minas y Abril", um dos mais lindos temas do cancioneiro uruguaio e pampeano.
Fazendo referência também aos usuários que captaram/ fotografaram as imagens e às postaram no Youtube sincronizando-as com a música Minas y Abril, num belo momento para fazer "costado" para o mate de manhã cedo ou do final da tarde, ou mesmo para recompor as energias à qualquer hora do dia.
Repito, todo o crédito e mérito das imagens são dos usuários que estão identificados com seu devido login no Youtube. Apenas mostro o caminho das coas buenas que vou "campeando" pela web.



A cidade de Minas, está situada no Departamento de Lavalleja, República Oriental del Uruguay, e sua fundação data de 1783, com o nome de Villa de la Concepción de las Minas. Está a 121 km, à Nordeste de Montevideo. Sua população em 2004, era de quase 38 mil habitantes.
O cantor e compositor Santiago Chalar, natural de Minas, além de cantar sua terra, foi médico no Hospital local, atendendo os pacientes, do tratamento clínico à terapia musical, pois nos momentos de folga, tomava a guitarra nas mãos e cantava para as pessoas hospitalizadas.
Santiago Chalar, seu nome artístico. De batismo, Carlos Paravís. Chalar, vem do charrua "inchalar", que significa, amigo, amizade.

Especial escrever e matear novamente aqui com vocês. Com as imagens de Minas, tão semelhantes à Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul, por onde passa o rio Camaquã, com o cantar do Santiago Chalar, e a luz do Outono. Já observaram a luz solar no inicío das tardes do mês de Abril, desses dias que estamos vivendo?
Nas flores que brotam rosadas das paineiras, e na tinta azulada do céu nesta época. Procurem observar o horizonte, até umas 17h50min, num dia de céu limpo em Abril, e sintam a alegria de se estar vivo!
Como diz a música: "qué se Diós baja en la Tierra, en el alto desas sierras, baja en Minas y Abril".

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Campo, cultura e meio-ambiente


Buenas amigos. Este blog tem o compromisso com a cultura do campo da Pampa Sul-Americana.
A cultura, para ser identificada, necessita de elementos que a fundamentem. Uma região, um espaço, um dialeto, uma forma de organização ou produção, por mais primitiva que seja, e deste conjunto de aspectos, nasce num indivíduo, num conjunto de pessoas, ou no povo, uma maneira de expressão, de relação, de manifestação perante um espaço maior e sociedades distintas. Perceber estes traços, é perceber algum tipo de cultura.
Mas antes das culturas, dos símbolos, dos ritos, das instituições, dos homens, estavam a terra, a natureza, os rios, os campos, os oceanos, a Terra intacta. O transcurso da história da humanidade até os tempos atuais, os avanços, retrocessos, guerras, destruição e vida, equilíbrio e desequilíbrio, resultaram da relação positiva ou negativa, do homem com a natureza. As sociedades, os povos, as aldeias que a preservam e têm consciência da sua vitalidade para o planeta, são mais harmoniosas, justas, equilibradas, e ainda podem se distanciar dos radicalismos políticos, tanto na esquerda quanto na direita. Em suma, a preservação do meio ambiente, com base na educação mental, individual e posteriormente coletiva, gerará uma sociedade mais evoluída quanto à consciência, e ao bem-estar físico e espiritual.
Por tudo isso, recomendo o link acima, Alianza del Pastizal, projeto que tem por objetivo a preservação ambiental do bioma Pampa desde a Argentina (onde se originou o projeto), Uruguai, Brasil e Paraguai, visando uma produção sustentável da pecuária e de outras culturas agrícolas que se adaptem ao bioma, e não o contrário. A coordenação da Alianza del Pastizal no Brasil está a cargo do competente e sério Engº Agronomo Rogério Jaworski, formado pela UFRGS, de relevante trabalho junto à preservação do campo nativo da região da Campanha do Rio Grande do Sul e a busca pela produção pecuária sustentável.

Como de costume, abaixo relacionamos um bom video musical, para matearem enquanto os amigos pensam na importância da preservação dos biomas terrestres, nosso caso o Pampa, e os aspectos que resultam de um ecossistema bem cuidado; além de um adequado e justo desenvolvimento econômico, os aspectos sociais e culturais que configuraram o tipo antropológico do gaucho comum das três pátrias (Uruguai, Argentina e Brasil) e pela Pampa num bioma que atravessa a fronteira destes três países, unindo os povos nessa região, sob um luzeiro identificado pela cultura da terra.
Agradeço o usuário (a) do youtube por ter postado estas belezas da terra sureña. Saludos e um bom mate!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Atahualpa Yupanqui, guia e luzeiro da Pampa

No dia 31 de Janeiro, os paisanos da América Pampeana, e as pessoas que em qualquer canto do mundo se identificam com o canto folclórico da Pampa, tiveram um lindo motivo para celebrar a cultura da nossa terra. Pois neste dia, no ano de 1908, nasceu em Pergamino, Província de Buenos Aires, Héctor Roberto Chavero Aramburo, que quando assumiu sua carreira mais que artística, de payador, cantador e compositor de sua terra crioula e de toda Pampa, adotou o codinome de Atahualpa Yupanqui. Tendo que "ganhar a vida" desde muito cedo, Atahualpa laborou no campo e na cidade, e quando foi tentar a sorte de cantador e instrumentista em Buenos Aires, Capital Federal, amargou a falta de sensibilidade com que os portenhos à época, recebiam o puro canto da terra. Muitas passagens de sua vida, e a realidade sócio-cultural dos paisanos das várias regiões e províncias "gauchas" da Argentina, estão relatadas e entrelaçadas com sua própria identidade de paisano cantador, compositor e homem da terra, na obra "El Payador Perseguido", poema revestido por milongas, cifras, bagualas, gatos que contam entre melodia e verso, da maneira mais genuína, a vida dos paisanos, do homem campeiro de seu país. Penso que "El Payador Perseguido" de Yupanqui equivale para os gaúchos do século XX, o que foi o Martin Fierro de Jose Hernández para os gaúchos do século XIX.

A sensibilidade terrunha e a ternura melódica da guitarra de "Don Ata", logo transcenderam os ermos e rincões da Pampa, para ganhar definitivamente o coração e o gosto das platéias pelo mundo todo. Todo o Continente Americano, até o México, Europa e incrivelmente o Japão. Neste caso, encontro um nexo; os japoneses assim como Atahualpa, cultuam e respeitam seus ancestrais, percebendo nos valores dos mais velhos e nas lições da terra e seus nativos, os motivos para a evolução do espírito, e quem sabe da humanidade.

Vamos acompanhar abaixo este link do youtube, com o desempenho do mestre Atahualpa Yupanqui para Estilo de Quijano, uma bela pasiagem pampeana ao entardecer e a luz da melodia, complementando a essência e unidade do momento.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Pra iluminar o caminho do Ano que começa

Escrevo estas linhas aqui na Capital, enquanto a chuva constante e mansa deixa a benção natural lá fora. Que as correntes de vento e os movimentos do clima não esqueçam da região da Campanha do Rio Grande do Sul, e acalmem o tempo pelo Sudeste brasileiro.
Porém, muita coisa linda nesta transição de ano, através da companhia dos amigos e familiares nos mates¹, num assado², ou numa guitarreada³ e a nossa alma iluminada nestes momentos. Dos encontros com o Guaíba entre a Tristeza e Assunção, e o murmúrio de suas águas que me trazem a melodia mais ao Sul ainda, da Costa Doce da Lagoa dos Patos.
E dentre essas "cosas buenas" que vivenciamos, quero compartilhar o momento telúrico desta composição chamada "Um Quarto de Ronda ao Campo", de autoria de Miguel Cimirro(In memorian), Matheus Neves da Fontoura e Juliano Moreno, e participou da 4ª Edição da Manoca da Canto Gaúcho, na cidade de Santa Cruz do Sul. Um tema dos mais puros que tenho escutado nestes meus 30 anos de vida. Uma melodia que faz bem e adoça a alma, e uma poesia que eleva o espírito, trazendo consciência e plenitude para seguirmos adiante. A letra remete às toadas e tropas, estilo que os tropeiros cantavam para entreter o tempo nesta lida, e questiona nos dias de hoje, onde está essa autenticidade de alma, de canção e lida campeira. Certamente, ela se reencontra na alma dos seus autores, no cantar incontestável do Juliano Moreno, e no sentimento dos amigos e leitores que passam por este espaço. Um forte abraço!

1. Mates - plural de mate, o chimarrão, bebida de origem indígena, consumida pela nação Quíchua do Alto Peru e Argentina e que se ambientou entre os índios guaranis. Se consome quente.

2. Assado - maneira que se denomina o churrasco de carne bovina ou ovina na região da fronteira do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina.

3. Guitarreadas - reunião de amigos que cantam canções da Pampa, entre milongas, chamarras, chamamés, zambas e toadas e se acompanham com a guitarra(violão), durante uma roda de mate ou no preparo de um assado.

Guaíba - rio ou lago que banha o município de Porto Alegre e faz a ligação do rio Jacuí com a Lagoa dos Patos

Tristeza e Assunção - bairros localizados na Zona Sul de Porto Alegre, com rara beleza natural, se estendendo até a beira do Guaíba, num ecossistema que caracteriza a Costa Doce do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Solidariedade e respeito à Terra

Buenas amigos. Recomeçando a lida aqui em nosso espaço terrunho, depois de dias sem postar nada, reavivo o braseiro e começo a cevar o primeiro mate de 2011.
Ano que chega convocando gaúchos e brasileiros para a ação e reflexão de solidariedade. O clima neste início de ano, tem posto à prova brasileiros de quase todas as regiões. Da seca no Sul do Rio Grande à enxurrada no Sudeste do país, vemos os extremos da escassêz d´àgua para a população e também para a produção de alimentos, afetando campo e cidade, enquanto que no Centro, nossos irmãos sofrem com o excesso de chuvas, que resultou talvez na pior catástrofe climática da história recente do Brasil. As imagens de desolação, principalmente com as perdas humanas no Rio de Janeiro, a mídia mostra incessantemente. Cabe a nós agirmos da maneira que for possível neste momento, e para isso existem os pontos de recolhimento de mantimentos, como água, alimentos não perecíveis e roupas que podem ser encaminhados para a Defesa Civil do RS, no Armazén 7 do Cais do Porto, na Avenida Mauá em Porto Alegre.
Fica aqui a reflexão sobre o exercício de solidariedade que 2011 vem nos trazer e uma reflexão mais profunda quanto ao clima: sabemos que o Verão na região do Pampa tem a característica de ser mais seco em alguns anos e que as chuvas torrenciais atingem regularmente o mês de Janeiro no centro do país. Mas a intensidade com que isto acontece preocupa, e serve de alerta para as pessoas repensarem sua relação e atitude com o meio ambiente, e o poder público reformular de maneira sustentável a ocupação urbana no Brasil.